DO SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL AOS NOSSOS DIAS


Claudia, Eliane, Janesley, Maria Emília

Do século VII ao século XIII o conceito, de infância passou por diferentes transformações nos aspectos: sociais, culturais, políticos e econômicos, segundo Lossnitz (2008, p ) “Phillippe Áries realizou uma pesquisa iconográfica, afirmando a não existência do sentimento de infância da Idade Média, ou antes dela...”
Essa pesquisa mostra o conceito de infância no século XVII, onde a criança após o sete anos era considerada um adulto em miniatura, imitando seus pais e suas mães seja no modo de vestir-se e comportamento.
Participavam de conversas adultas, festas e junto com a comunidade, que por sua vez vivia a maior parte do tempo fora de casa, freqüentavam a rua e as praças.Devido as modificações que se estabelece na Idade Média, criança começa a ser vista como um individuo social e a família passa a se preocupar com sua saúde e educação.Com a revolução Industrial no século XVIII, surge a necessidade de atender as crianças pobres e as mães que trabalham. Em 1769, Oberlin criou a escola de tricotar para criança de 0 a 6 anos onde as crianças deveriam perder os maus hábitos adquiridos pelas mães e adquirir hábitos de obediência, bondade. Pois eram cuidadas por pessoas contratadas por industriais.
Kulhmann Jr (2009) destaca que “a iniciativa de Oberlin inspirou Robert Owen, industrial que criou uma escola, em 1816, para operários de suas industrias, seus filhos e a comunidade New Lanark, Escócia, com uma classe infantil que recebia crianças dos 2 aos 6 anos de idade”A partir disso, muitas instituições começaram a seguir e a preocupação com a educação da criança pequena já era vista. Surge então as primeiras propostas educativas para educação de crianças de 0 a 6 anos.
De acordo com Lima (2008, p. ) “Comênius, Rousseau, Pestalozzi e Froebel, desenvolvendo seus ideais sobre educação e incluindo ai a educação para a infância, influenciados por ideais de caráter moderno e cientifico foram autores que se destacaram no desenvolvimento da Educação Infantil”Comênio considerou que a responsabilidade da educação da criança pequena pais, o que apresentava um avanço para a época. Destacou ainda que o período infantil tem especificidades e repercussões na vida do ser humano.
Para Rousseau, a criança era um ser com características próprias, não podendo ser vista como um adulto em miniatura.Quem? Revolucionou a Pedagogia, centrando os interesses pedagógicos no aluno e não mais no professor.Por sua vez, Pestalozzi mudou os métodos didáticos usando lápis, lousas, letras do alfabeto em cartões, também destacou a importância do trabalho manual para o desenvolvimento da prática da criança, para ele a organização da escola era da seguinte forma: uma classe com alunos que tenham menos de 8 anos, outra com os meninos de 8 a 11 e a ultima com os de 12 a 18 anos.Segundo Lima (2008, p. ) “em julho de 1840, Froebel fundou o primeiro jardim de infância (Kindergarten), constituindo um centro de jogos, organizado segundo seus princípios e destinado a criança menores de 6 anos”
Esse seria um ambiente onde as crianças estariam livres para aprender sobre si mesmo e sobre o mundo, caracterizando-se por, atividades como: canto, jogos, pinturas, palestras, jardinagem, modelagem, olhar, gravuras e ouvir histórias.Froebel considerava que através da arte é muito mais fácil para as pessoas se expressarem independentemente da idade e da cultura. Através do seu trabalho, rompeu com a educação verbal tradicionalista de sua época, pois conseguiu propor uma educação voltada à sensibilidade através de materiais didáticos que atendesse a necessidade infantil.
Com isso, tornou-se o primeiro pedagogo da educação infantilEm 1862 o trabalho desenvolvido por Froebel chegou ao Brasil por meio de Emilia Erickesen, que de como destaca Lima (2008, p ) “Emilia trouxe para o ensino de Castro uma nova visão de mundo e uma nova visão sobre a formação pessoal. Visão essa muito diferente das que possuíam as educadoras que atuavam na Província do Paraná”Emília não valorizava apenas o conteúdo mas também a arte, musica e literatura. Seu método era revolucionário para, época pois era diferente do ensino que escolas publicas utilizavam. Sua escola recebia alunos de níveis variados, rico pobre, imigrante e filhos de seus empregados.Com o aumento do trabalho feminino industrial, surgem creches para as necessidades das crianças.
Kulhmann Jr (2000) destaca que “Havia duas concepções de serviços que atendiam as crianças os jardins de infância e pré-escolas, para a classe média; e as creches, salas de asilo e escolas maternais, para a classe pobre, sendo vista como um espaço de cuidado, assistência e guarda e não como um espaço de educação”
A partir disso, inicia-se as concepções de Educação Infantil a primeira delas, o Assistencialismo enfatiza o cuidar, higienização e alimentação para o desenvolvimento de um pais sadio. Na concepção desenvolvimento natural enfatiza-se a evolução natural da criança através de atividades que envolvam jogo e brinquedo. Já na compensatória, propõe-se que a creche se preocupe com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança por meio da ludicidade. E na concepção preparatória, prepara a criança para o ensino fundamental, especialmente no que se refere à alfabetização.Em busca de mudanças, somente no final da década de 70 e inicio da década de 80, a creche passa a ser vista como a instituição social e politicamente necessária.
Outra lei, o ECA veio promover um importante conjunto de avanços que extrapola o campo jurídico desdobrando-se e envolvendo outras áreas da realidade política e social no Brasil. Entre elas destaca-se o direito das crianças à Educação Infantil assegurando nos artigos 4º, 53º e 54º inciso IV.Sendo assim as instituições infantis fundamentam-se na concepção Global, que foca os objetivos na criança em si, independente de sua historia e das condições sociais. E busca o desenvolvimento de habilidades, conhecimento e atitudes nos aspectos: motores, afetivos, sociais, e cognitivos.“
A nova LDBN nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, reproduz o inciso da construção Federal, no Art. 4º do titulo III (Do Direito à Educação e Do Dever de Educar), incorporando a Educação Infantil no primeiro nível da Educação Básica, estando inserida no sistema Educacional e desenvolvida em regime de colaboração nas diferentes instâncias: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Aos Municípios , compete além de oferecer a Educação Infantil em creches e pré- escolas e manter o ensino fundamental, baixar normas complementares às leis maiores, bem como autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos de seus sistemas de ensino e aqueles mantidos por particulares.
O Município portanto, carrega grande responsabilidade para com a Educação Infantil, devendo observar os artigos 29, 30, 31 da 9394/96. (LIMA, 2008, p. )A Educação Infantil torna-se a primeira etapa da Educação Básica Estabelecida pela LDB 9394/96. Quando menor a criança mais fundamental a presença de um adulto para ajuda-las em suas necessidades. Quando a criança cresce ganha mais autonomia em seus desenvolvimento.A proposta da educação infantil deve favorecer o aprendizado, é desse modo que a concepção pedagógica assume que a educação infantil tem o papel de cuidar e a de educar, ressaltando que o cuidar compreender os cuidados básicos com a alimentação, a higiene e o vestuário, e o educar como direito apropriação do conhecimento e preparo para o processo de alfabetização
Nessa perspectiva, o trabalho com a infância, supera a concepção assistencialista e direciona seus objetivos buscando favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças por meio de experiências diversas e significativas, fundamentadas na Pedagogia da Infância, em que se trabalha de forma integrada os eixos brincar, cuidar e educar.

REFERÊNCIAS
KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000.
KUHLMANN, Junior Moyses. Trajetórias das Concepções de Educação Infantil. Disponível em:www.omep.org.br/artigos/palestras/05.pdf . Acesso em: 03 de fevereiro 2009.
LIMA, Sandra Vaz. A Educação Infantil em Telêmaco Borba: Uma história em Construção. Telêmaco Borba. 2008.
LÖSSNITZ, Gislene. O Primeiro Jardim de infância no Brasil: Emília Ericksen. Ponta Grossa, 2006. (Dissertação de Mestrado)