PARADIGMAS DA INFÂNCIA



Adriane, Cleuzeni, Laudiceia, Michele, Rosineia, Rosana

O conceito ou a ideia que se tem da infância foi sendo historicamente construído e a criança, por muito tempo, não foi vista como um ser em desenvolvimento, com características próprias e sim como um adulto em miniatura.
De acordo com Lossnitz (2006, p1) o mundo estava dividido em partes ricas e pobres, a partir do ano de 1830 a Literatura e a Arte começaram a ser mostrada, e antes da Revolução Industrial a criança era visto como pessoa adulta.
Assim percebe-se que a criança era vista como um ser produtivo, que podia trabalhar, elas se comportavam como adulto (no modo de vestir e de conversar) elas eram obrigadas a entender os interesses dos adultos.
Além disso, segundo Ariès (in Lossnitz, 2006) se a criança não atendesse as normas exigidas pelas famílias a criança era jogada na rua e com isso aumentava a mortalidade infantil, as famílias pensavam na formação social e não no amor ao filho.
Já Kuhlmann Jr (in Lossnitz, 2006) tinha uma visão sobre a infância, como um período específico pelo qual todos passam, é uma construção definida na atualidade. A questão de que todos os indivíduos nascem e serão criança ate um determinado período, independente da condição vivida, é inegável. Entretanto, tal premissa nem sempre foi percebida dessa maneira, e por diversos períodos se questionou qual era o tempo da infância e quem era a criança.
A sociedade queria que não houvesse paparicação nas crianças e propõe separá-las dos pais. Só que com o aparecimento da família nuclear a criança passa a ser vista como um papel central nas preocupações da família e da sociedade,visando que isto seria o novo homem moderno.
Com todo esse processo no século XVII os pais vêm que a criança não pode ser indispensável, os adultos passaram a se preocupar com a sua educação, carreira e futuro. Como destaca ROUSSEAU (2006 p3) se antes a criança era vista com indiferença ou passava despercebida pelos adultos, com o desenvolvimento do campo produtivo, ela vai ser incluída o trabalho, principalmente a partir do século XVIII, (com a Revolução Industrial) período esse, em que as necessidades de sobrevivência dos adultos não eram percebidas longe das necessidades de trabalho das crianças. Com o desenvolvimento da sociedade burguesa e as transformações que nela ocorre, muda o sentimento com relação às crianças, que deixa de assumir um papel produtivo direto, passando a serem merecedores dos cuidados se da educação, desde o momento em que conseguem sobreviver. Por tanto houve uma mudança na relação do meio social.
Depois com a Revolução Industrial, tudo mudou as mães começaram a trabalhar e com isso elas não tinham onde deixar seus filhos: como isso começou o interesse pela criança, eles começaram a ver que a criança era um ser que podia aprender. Com isso começou a abrir creches para apoio. Segundo os estudiosos eles abriram creches para poder ensinar as crianças e com isso as mães trabalhadoras podiam trabalhar tranquilas.
Com as transformações na sociedade e com a mudança no sentido sobre infância, surgem muitos educadores que pesquisam sobre o desenvolvimento infantil como Rousseau, Pestalozzi, Froebel e outros.
Rousseau foi quem revolucionou a educação quando investiu de forma audaciosa para sua época quando afirmando que esta, como era praticada, apenas totalmente falsa, mas absolutamente prejudicial, considerou a criança como sendo o ponto central do qual a educação deve ser encarada. Ensinar e formar uma criança consiste não em inculcar ideias, mas em fornecer á criança as oportunidades para o funcionamento daquelas atividades que são naturais em cada fase.
Pestalozzi pensava que a reforma social só poderia ser feita pela educação, ele considerava as Reformas Sociais uma forma de Revolução, pois significava promover mudanças do pensar e, consequentemente, um meio de Regeneração Social, ou seja, dar condição ao educando de se desenvolver físico, mental e moralmente.
É necessário colocar uma citação e um comentário sobre Froebel, pois influenciou a Ed. Inf. No Brasil. Depois faz uma ligação com o texto sobre Educação Infantil no Brasil, exemplo: No Brasil, a Educação Infantil recebe influencia do grande educador Froebel, por meio dos trabalhos desenvolvidos por Emília Eriksen.
Sendo Emilia de família de origem abastada e culta, recebeu de seus pais uma excelente educação, participava de varias reuniões políticas o que não era comum á maioria das mulheres do seu tempo. Numa dessas reuniões conheceu seu marido Conrado Eriksen. Logo após seu casamento partiu para Europa e fixou residência em Dinamarca, vivendo por alguns anos onde nasceram suas duas filhas. Após o nascimento de sua primeira filha passou a interessar-se pelo magistério e começou a acompanhar o trabalho de Froebel.
Logo após passar por uma grande tragédia, retorna então para o Brasil na cidade de Santos. Convidado recebeu de Zacarias Goes e Vasconcelos um cargo na comissão de fundar uma colônia Irlandesa em Assungui, Cerro Azul Paraná, no entanto essa colônia não prosperou e a família Emilia passou a residir em Castro.
Mesmo assim a melancólica tomava conta de Conrado, pois gostava de viver no mar, e acabou falecendo de desgosto.
Emilia buscou no magistério o amparo econômico para sua família, assim todos seus conhecimentos trouxeram para o ensino uma nova visão de mundo. E em 1862, utilizando o método de Froebel, fundou o primeiro Jardim de Infância, dirigido a crianças de quatro a seis anos.
A valorização que Emilia dava a educação era bem vista para os ensinamentos da época. Emilia recebia alunos dos mais variados níveis sem questionar a que classe social pertencia e com isso seu trabalho foi de grande importância para Educação Infantil.
De acordo com Lima (2008) Emília em 1862, utilizando o método de Froebel, fundou o primeiro Jardim de Infância, dirigido a crianças de quatro a seis anos. Dessa forma, percebe-se que Emília revolucionou a forma de ensino, uma vez que na época o ensino era totalmente tradicional e ela utilizando arte, música e jogos, traz um novo olhar sobre o processo de ensino e aprendizagem.
Para Lossnitz (in Lima, 2006, p. 32) “Emília trouxe para o ensino de Castro uma nova visão essa muito diferente das que possuíam as educadoras que atuavam na Província do Paraná. Percebeu-se que no inicio, não eram muitos os alunos que freqüentavam a escola, mas logo esse numera foi aumentando, dentro os alunos estavam seus netos e filhos de seus empregados.
A partir daí houve um período em que não se deu importância a Educação Infantil, somente a partir dos anos de 1970 após o surgimento do é que começam as discussões em torno deste assunto com a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição de 1988, a Lei do ECA.
A declaração de 70 ocorreu pela discussão em torno da necessidade de formular uma convenção das Nações Unidas. Onde os estados se comprometiam com obrigações especificas.
Aconteceu então a Convenção dos Direitos da criança com 54 artigos, numa diversidade de direitos, civis, econômicos sociais, incluindo os mais básicos como direito a vida, saúde, a alimentação e a educação. Assim no final da década de 70 e inicio da década de 80 a creche passa a ser vista como instituição social e politicamente necessária.
Segundo Craidy (1994) a Constituição de 1998 marca o surgimento na legislação brasileira de um novo paradigma sobre a infância em que a criança passa ser sujeito de direito e não apenas objetos de tutelas como era na legislação anterior. Rompendo assim com a concepção assistencialista e de amparos e trazendo este atendimento como direito da criança, representando para a Educação Infantil a conquista de direitos específicos que não sejam aqueles relacionados ao direito da família.
Assim, surge um maior número de instituições infantis que passam pelas concepções de Educação Infantil, como já citado deixa de ser meramente assistencialista, para trabalhar o desenvolvimento natural das crianças por meio de jogos e brincadeiras, porém ainda buscando compensar a pobreza e deficiências das crianças tanto na alimentação como na questão cultural e assim começa a preparar as crianças para o ensino fundamental, enfatizando os trabalhos para a alfabetização.
Entretanto, após muitos debates sobre a forma de trabalhar com a Educação infantil, traz como objetivo o trabalho global do desenvolvimento, ou seja, é necessário trabalhar questões que envolvam habilidades motoras, aspectos afetivos, sociais e cognitivos.
Posteriormente, é promulgado a Nova LDBN n° 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, que reproduz o inciso da Constituição Federal, no Art. 4° do titulo III (do direito a Educação e do Dever de Educar), trazendo a concepção Pedagógica, que trabalha o cuidar e o educar.
ART. 29 A educação infantil primeira etapa da educação básica, tem como base o desenvolvimento integral da criança ate os seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
ART.30 A educação infantil será oferecida em: Creches ou entidades equivalentes, para crianças ate três anos de idade. Pré-escola para crianças de quatro a seis anos de idade.
ART.31 – Na educação infantil a avaliação mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para acesso ao ensino fundamental.
Percebe-se que o disposto na lei valoriza a Educação Infantil, estabelecendo pela primeira vez na historia dos pais artigos que contemplem esta fase do desenvolvimento, buscando formas de proporcionar o desenvolvimento pleno das crianças por meio de atividades visem às funções de educar e cuidar.
Dessa forma Educação infantil fundamenta a compreensão certa para a socialização e escolarização da criança pequena. Para que desenvolver amplamente e aquisição de novos conhecimentos.

REFERENCIAS
KUHLMANN, Junior Moyses. Trajetórias das Concepções de Educação Infantil. Disponível em:www.omep.org.br/artigos/palestras/05.pdf . Acesso em: 03 de fevereiro 2009.
LIMA, Sandra Vaz. A Educação Infantil em Telêmaco Borba: Uma história em Construção. Telêmaco Borba. 2008.
LOSSNITZ, Gislene. O Primeiro Jardim de Infância no Brasil: Emilia Ericksen. Ponta Grossa, 2006.